Adeus, 2015

10:07


Li uma vez que o nosso ano é a gente quem faz, algo como "seja o ano que você deseja". Achei um conselho bonitinho, mas, com tantas reviravoltas que esse ano teve, mal lembrei de cumpri-lo. Só agora, trezentos e vários dias depois, me dei conta de que eu segui esse conselho, involuntariamente.

2015 me surpreendeu. Eu me surpreendi comigo mesma. Da mesma forma que, em 2014 deixei a insegurança de lado, 2015 me trouxe a concretização disso. Não tive medo de ser quem eu sou. Tomei a frente em várias situações e - pasmem - fiquei bem com isso. Tive coragem de seguir em frente em várias situações, mas tive mais coragem ainda em desistir de várias delas. 

Não sei o que planejaram para o meu ano, mas sou grata ao meu 2015. Foram-me tiradas várias pessoas, e eu consegui sorrir por saber que um dia, elas estiveram na minha vida. Foram-me acrescentadas outras várias pessoas, e pretendo deixá-las aqui dentro por muito mais tempo.

Descobri que planejamento "não tá com nada". As coisas boas vem de repente. Para uma pessoa que, como eu, não sabe esperar as coisas acontecerem, descobrir isso foi fundamental. Fui atropelada por boas notícias e bons momentos, justamente por ser pega de surpresa. E todos esses trouxeram boas marcas.

Finalizei a etapa mais longa da minha vida. Por anos esperei por esse momento, e hoje me arrependo por tanto ter desejado um final. A escola não me ensinou somente a usar a fórmula de bhaskara, saber as regras da crase ou porque certas substâncias químicas, quando unidas, ganham nomes estranhos com formas mais estranhas ainda. Ela me ensinou a ser humana. A chegar minutos antes da prova, para ajudar os colegas a repassar a matéria. A segurar a mão um do outro, com risco de alguém cair de um morro de vários metros de altura. A comemorar a vitória do outro em uma aprovação, e lamentar a reprovação dos que não conseguiram. Aprendi coisas que vão além de qualquer vaga em uma universidade.

E, por fim, conheci a pessoa mais importante da minha vida. Ela me deu forças quando tudo o que eu queria era ficar escondida debaixo do meu cobertor, com medo que as coisas desmoronassem ali fora. Ela me deu coragem de ter uma vida mais leve, sem cobranças e sem questionar o que os outros pensariam sobre isso. Ela diz a cada dia o quanto eu mereço o mundo, e que o melhor está por vir, só basta ter um pouquinho de paciência. E eu tenho orgulho de ver no que ela está se tornando. E sabem qual a melhor parte disso? Eu a descobri olhando através do meu próprio reflexo.

Não vou pedir nada de especial para esse ano novo; creio que o próprio 2016 dará um jeito nisso. Mas, espero que, da mesma forma que eu finalizo esse 2015, entre trancos e barrancos e carregando todas as dúvidas dentro de mim, 2016 traga leveza. E que eu não tenha pressa de viver as melhores coisas do mundo. Muitas delas já estão dentro de mim.

Feliz vida nova!

Com amor,
Lu

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