Sobre Capitã Marvel e todas as heroínas da vida real

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Dia 7 de março, assisti a estréia de "Capitã Marvel", o primeiro filme do universo Marvel que conta a história de uma super-heroína mulher.  O filme nos mostra Carol Danvers, uma militar da força aérea americana que adquiriu poderes após a exposição à uma tecnologia de raça alienígena.  A protagonista tem uma história difícil, é humilhada, cai diversas vezes, erra e se ergue. É desacreditada por homens e vence o machismo de forma natural. Aprende a lidar com situações difíceis e cresce livre e independente para escolher o que quer. Um filme de protagonismo feminino importantíssimo para o momento atual.

Coincidentemente - ou não, infelizmente não tenho conhecimento disso -, um dia depois da estréia, é dia internacional da mulher. Dentre vários tópicos, preciso dizer que o filme se tornou alvo de comentários machistas porque não sexualiza a personagem feminina, e claro, porque a protagonista é uma mulher. Ainda bem que a consciência feminista, e o próprio movimento feminista é algo presente na atualidade, e inclusive a atriz Brie Larson, que faz a Carol Danvers, disse "não se importar" com todos esses comentários maldosos.  

Ainda assim precisamos falar sobre feminismo e protagonismo feminino. O feminismo se tornou um assunto muito falado nos últimos anos e tem tomado um espaço enorme na vida das meninas e mulheres. Seja um momento de consciência, ainda assim é um assunto polêmico e causa discussão, principalmente, porque as pessoas não têm conhecimento assunto.

Basicamente, o movimento prega a liberdade da mulher e o direito de igualdade entre sexos. Não é difícil de entender. Coisas básicas como direito a voto, ter um emprego, ter uma voz, são uma realidade porque várias mulheres gritaram lá atrás para que nós, hoje, tivéssemos esses direitos. E por que isso causa tanto alvoroço? Simplesmente, porque isso mexe diretamente na posição do homem e se opõe a realidade que vivemos hoje.

As feministas não odeiam os homens, pelo contrário. As feministas odeiam o machismo. Odeiam que por uma diferença biológica exista uma diferença salarial. Odeiam que mulheres são mortas por seus companheiros por conta de ciúme. Odeiam que não podem sair a noite sozinhas simplesmente por serem mulheres. Odeiam que não podem ter a profissão do sonhos por causa do sexo. Odeiam que são obrigadas a casar e ter filhos porque é o que a sociedade quer, e odeiam várias outras coisas que colocam a posição da mulher na sociedade como inferior. 

Por isso que, só agora se teve um filme que enaltecesse uma super-heroína - mesmo que seja a mais poderosa, até entre homens, no universo Marvel -. Porque o papel de salvar a humanidade sempre foi do homem. 

O irônico é que convivemos com várias heroínas. Todas as mulheres são heroínas, porque convivem com o machismo todos os dias e sobrevivem. 

É importantíssimo termos várias Capitãs Marvel, Mulheres-maravilha ou Meninas Super-poderosas para nos inspirarem. Mas é importante lembrar que na maioria das vezes, as próprias heroínas somos nós. 

Que esse oito de março sirva para reflexão. Que a gente se lembre que somos irmãs, somos super-poderosas, somos heroínas, damos a vida. Que não vale a pena ficar uma contra a outra porque é isso que o machismo quer. Precisamos lembrar que temos espaço, que somos importantes e que a nossa voz deve ser ouvida. Que podemos nos defender, mas só iremos conseguir ser fortes se estivermos juntas. 

Precisamos lembrar que podemos ser livres e independentes para sermos o que quiser - assim como a Capitã Marvel e todas as outras protagonistas que causam polêmica por quebrar esse estereótipo. 

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