Desamarrados

14:59

Já faz um tempo em que eu não te escrevo. E da última vez que escrevi, as circunstâncias eram diferentes. Eu tinha esperança. Eu conseguia escrever tudo com clareza, ao contrário de agora, que as palavras doem e são difíceis de serem ditas. A chuva lá fora condiz com o que eu sinto aqui dentro. Mas, enquanto ela cai, eu deixo aqui a saudade que tem me incomodado nos últimos dias.

É isso. Saudade. Mas não saudade de você, saudade do que já fomos um dia. Isso é algo que me conforta, sabia? Ambos crescemos, seguimos caminhos diferentes e sei que nada do que foi vivido um dia, seria vivido hoje. Nos tornamos outros. Inclusive, às vezes lembro de alguma situação que tenhamos vivido e acho graça. Éramos irreconhecíveis. 

Mas não quero que você pense que eu não estou bem. Eu não gostaria de voltar atrás. Eu me tornei mais forte, corajosa, aprendi tanta coisa. E tenho orgulho de quem eu sou hoje. Eu já não tenho mais medo de temporal, já sei fazer comida e não dependo de mais ninguém. As críticas de um dia serviram para alguma coisa, né? Mas o melhor de tudo isso é que eu aprendi sozinha.

Sozinha. Essa palavra que um dia me causou tanto medo, hoje me traz a sensação de liberdade. E no final das contas, eu devo isso a você. Você escolheu por mim, mas hoje agradeço por essa escolha. Eu já não me apego as lembranças ruins, mas àquelas que me trazem alegria de um dia termos sido nós

Obrigada pela chance de termos sido nós. O nó pode não ter sido forte o suficiente, mas a vida se encarregou de fazer o que fosse melhor para ambos: desamarrar

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